sábado, 2 de janeiro de 2016

ano novo?

Eu poderia dizer o que todos desejam ouvir,
Mas preciso sair do guarda-chuva da cultura.
Quero te surpreender em movimento
Para juntos avistarmos as impurezas do branco!
Eu sei do conforto que o cumprimento das leis oferece,
Mas a obediência é também traição a si. É restrição.
A felicidade rasa é para os que desconhecem as escalas do que é totipotente.
Começar um ano é também sentir o cheiro da fumaça da tocha acesa,
Mas não sinta horror do indefinido percurso ou do declínio.
O ser imperfeito sempre sacrifica suas fichas e se preenche na ilusão da perfeição.
Pode o imperfeito conceber a perfeição?
Saia do guarda-chuva por uns instantes também
E saiba o que é se misturar ao mundo.
Brinde com a taça pulmonar, cheia de ares,
O incompreensível, o inexplicável
E tudo aquilo que é incerto.
Dilate o espaço lançando suspiros revigorantes de recomeço,
Que antecipem à chama.
Sinta o cheiro do absurdo como um perfume.
Mais um ano, menos um ano.
Que diferença isso faz fora do instante?
Eu adoraria dizer o que todos querem ouvir,
Mas eu prefiro surpreender.
Vamos?

(O.G)

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